Um novo estudo descobriu que crianças
com maior risco de autismo podem ter estruturas anormais na placenta que podem
ser detectadas no nascimento.
De acordo com os pesquisadores, as descobertas sugerem que intervenções comportamentais que visam o desenvolvimento social e motor nessas crianças poderiam ser iniciadas imediatamente. Estudos mostraram que essas intervenções são mais eficazes em crianças com autismo quando iniciadas mais cedo.
De acordo com os pesquisadores, as descobertas sugerem que intervenções comportamentais que visam o desenvolvimento social e motor nessas crianças poderiam ser iniciadas imediatamente. Estudos mostraram que essas intervenções são mais eficazes em crianças com autismo quando iniciadas mais cedo.
Ainda é muito cedo para dizer se um
exame da placenta poderia ser usado como teste definitivo para o autismo no
nascimento, explica o pesquisador do estudo, Dr. Harvey Kliman, diretor de
Pesquisas Reprodutivas e Placentárias da Escola de Medicina da Yale University.
Transtornos do espectro autista são tipicamente diagnosticados quando crianças
têm entre três ou quatro anos, ou até mais que isso.
Porém, se essas estruturas forem
encontradas no momento do nascimento de uma criança e intervenções forem
iniciadas, a criança pode se beneficiar muito se tiver autismo, e haveria
poucas desvantagens se a criança não tiver autismo – é improvável que elas sejam prejudicadas
pelo esforço, explica Kliman.
No estudo, Kliman e seus colegas
coletaram amostras de tecidos placentários de 117 crianças nascidas em famílias
que já tinham uma criança com autismo, e os compararam com placentas de 100
bebês nascidos em famílias em que nenhuma criança mais velha tinha autismo. Os
pesquisadores, que não sabiam quais placentas pertenciam a cada grupo de
crianças, examinaram amostras das placentas em microscópio.
Enquanto uma em cada 50 crianças da
população geral têm autismo, de acordo com a estimativa mais recente dos
Centros para Controle e Prevenção de Doenças, o risco de autismo entre crianças
com um irmão ou irmã mais velho que tem autismo é de 18,7%, de acordo com o
novo estudo.
Os pesquisadores descobriram que
estruturas chamadas de inclusões trofoblásticas (ITs) – que são pequenas
invaginações em forma de fosso na placenta – eram muito mais comuns nas
placentas de crianças com alto risco.
De acordo com o estudo, placentas de
crianças em risco tinham uma probabilidade oito vezes maior de ter duas ou mais
inclusões trofoblásticas se comparadas a amostras de controle.
O estudo mostrou que a presença de
quatro ou mais ITs foi fortemente ligada ao grupo de risco. Nenhuma das
placentas do grupo de controle teve quatro ou mais ITs, enquanto 19% das placentas
do grupo de risco tiveram.
Isso sugere que usar uma nota de
corte de quatro ITs na placenta poderia revelar com uma especificidade de 99%
que uma criança está no grupo de alto risco. Em outras palavras, é extremamente
provável que uma criança com quatro ITs placentárias tenha alto risco de desenvolver
autismo, explica Kliman.
No entanto, usar a nota de
corte de quatro ITs poderia ser muito pouco para detectar crianças no grupo de
alto risco: 81% de crianças no grupo de alto risco não tinham quatro ou mais
ITs.
De acordo com Kliman, os
pesquisadores continuarão a acompanhar as crianças no estudo para verificar
quais delas acabam sendo diagnosticadas com autismo. Ele apontou que espera-se
que cerca de uma em cada cinco crianças no grupo de alto risco desenvolva
autismo. Será interessante ver se os 19% de crianças com quatro ou mais ITs se
alinham com as que receberão o diagnóstico de autismo, contou ele à MyHealthNewsDaily.
Mas as descobertas não significam que
as ITs provoquem autismo, alerta Kilman. Em vez disso, é provável que o que
quer que provoque autismo em uma criança também faça com que as ITs se formem
na placenta, explicou ele. “A placenta é um reflexo do que está acontecendo no
cérebro”.
Pesquisadores sabem há muito tempo
que ITs estão ligadas a anormalidades cromossômicas. O fato de ITs também serem
encontradas em crianças com alto risco de autismo fornecem mais evidências de
que a condição tem raízes genéticas, explicou Kilman.
O estudo foi publicado em 25 de
abril, no periódico Biological Psychiatry.