O número de pessoas com dificuldade
para resolver problemas matemáticos, simples, do dia-a-dia, é muito grande.
Estudos mostram um baixo rendimento escolar na área da matemática, nos alunos de
4ª e oitavas séries, sendo que as maiores dificuldades em questões relacionadas
à aplicação de conceitos e resolução de problemas.
O DSM-IV define o transtorno de
matemática, como: “Uma capacidade para realização de operações aritméticas
acentuadamente abaixo da esperada para idade cronológica, a inteligência medida
e a escolaridade do indivíduo (critério A). A perturbação matemática interfere
significativamente no rendimento escolar ou em atividades da vida diária que
exigem habilidades em matemática (critério B). Em presença de um déficit
sensorial, as dificuldades na capacidade de matemática excedem aquelas
geralmente associada a estas (critério C)”.
Assim podemos definir de uma forma
geral que a Discalculia refere-se a uma ampla gama de ao longo da vida dificuldades
de aprendizagem que
envolvem matemática. Não há um único tipo de deficiência matemática. Discalculia
pode variar de pessoa para pessoa. E, pode afetar as pessoas de forma
diferente em diferentes fases da vida. Duas grandes áreas de fraqueza pode
contribuir para dificuldades de aprendizagem de matemática: Dificuldades visuo-espaciais, que resultam em uma pessoa
que tem problemas de processamento que o olho vê e Dificuldades de processamento de linguagem, que resultam
em uma pessoa que tem problemas para processar e dar sentido ao que o ouvido
ouve.
A discalculia é uma má formação
neurológica que provoca transtornos na aprendizagem de tudo o que se relaciona
a números, como fazer operações matemáticas, fazer classificações, dificuldade
em entender os conceitos matemáticos, a aplicação da matemática no cotidiano e
na sequenciação numérica. Acredita-se que a causa dessa má formação pode ser
genética, neurobiológica ou epidemiológica.
Segundo Ciasca (2003), essas
dificuldades relacionadas ao aprender são muito mais frequentes em meninos do
que em meninas, na proporção de 6 por 1. A explicação é que nos meninos existem
menos microgiros no cérebro do que nas meninas, receberiam dos pais a
dificuldade em aprender e em virtude de maiores habilidades demonstradas pelas
4 meninas em provas neuropsicológicas relacionadas à coordenação motora, nas
provas de ordem verbal e nas características de aquisição da linguagem.
Quais são os sinais de discalculia?
Os sinais da discalculia podem começar
quando a criança inicia sua vida escolar
na pré-escola. Outras crianças começam a apresentar dificuldades um
pouco mais tarde. Mas como podemos
reconhecer discalculia no dia-a-dia da criança ou do adulto? Para determinar se uma criança ou adulto tem
discalculia é necessária uma avaliação rigorosa de um psicologo ou médico.
Depois de diagnosticada a dificuldade, a ajuda de um psicopedagogo é muito
importante. É importante salientar que as crianças não sentem preguiça nas
aulas como pensam pais e professores. Elas realmente não entendem o que está
sendo proposto. De acordo com Johnson e Myklebust (1987), as seguintes
dificuldades podem ser encontradas em crianças com transtorno matemáticos:
DIFICULDADES COM LEITURA E COMPREENSÃO
- Confusão com o aspecto parecido dos números, 6 e 9 ou 3 e 8.
- Falta de habilidade para compreender os espaços entre os números como por exemplo: 5 69 é lido como quinhentos e sessenta e nove.
- Dificuldades no reconhecimento, e portanto, no uso dos símbolos para calcular: mais, menos, multiplicação e divisão.
- Dificuldades na leitura de números com mais de um dígito. Números com zero podem especialmente dificultar. Exemplo: 4002 ou 304.
- Confusão na leitura da direção dos números: o 12 pode se tornar 21. Não é usual para algumas crianças mudarem a direção de alguns números que são lidos precisamente, da esquerda para direita, enquanto outras leem de trás para frente.
- Problemas com leitura de mapas, diagramas e tabuada.
DIFICULDADES EM ENTENDER CONCEITOS E
SÍMBOLOS
- Dificuldades em entender os símbolos
matemáticos e em lembrar como deve ser usado, por exemplo, o
sinal de subtração.
- Problemas com o entendimento de conceitos de
peso, direção e tempo.
- Problemas para entender perguntas orais ou
escritas que são apresentadas com palavras, texto ou figuras.6
- Problemas para entender conceito de soma, onde
números são usados em conjunto com unidades como, por exemplo, 100 metros.
O problemas também podem ser no entendimento dos números ordinais, pois
não entendem a seqüência, primeiro, segundo terceiro, etc.
- Problemas em entender as relações entre as
unidades.
- Problemas na aplicação prática da matemática,
por exemplo: A distância da casa de Ana até a escola é de 1 km.
Maria mora duas vezes mais longe. Qual a distancia que Maria
tem que percorrer para chegar à escola?
Discalculia: Sinais de alerta por idade
CRIANÇAS
PROBLEMAS COM:
Aprender a contar dificuldade
Dificuldade em reconhecer números impressos
·Dificuldade ligando a idéia de um número (4) e como ele existe no mundo
(quatro cavalos, quatro carros, quatro crianças)
·Má memória para os números
·Dificuldade em organizar as coisas de uma maneira lógica - colocar
objetos redondos em um lugar e os quadrados em outro
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CRIANÇAS EM IDADE
ESCOLAR
PROBLEMAS COM:
·Dificuldade em aprender a tabuada (adição, subtração, multiplicação,
divisão)
·Dificuldade matemática desenvolvimento de habilidades de resolução de
problemas
·Pobre memória de longo prazo para funções matemáticas
·Não está familiarizado com o vocabulário de matemática
·Coisas de medição dificuldade
·Evitando jogos que exigem estratégia
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ADOLESCENTES E ADULTOS
PROBLEMAS COM:
·Estimativa de custos de dificuldade, como mantimentos contas
·Dificuldade de aprendizagem de conceitos matemáticos além dos fatos
básicos de matemática
·Capacidade pobres orçamento ou equilibrar um talão de cheques
·Problemas com conceitos de tempo, tais como aderindo a um programa ou a
aproximação do tempo
·Problemas com a matemática mental
·A dificuldade em encontrar diferentes abordagens para um problema
|
Como é Discalculia Identificado?
Quando um professor ou profissional
treinado avalia um aluno por dificuldades de aprendizagem em matemática, o
aluno é entrevistado sobre uma ampla gama de habilidades e comportamentos
relacionados com a matemática. Testes de matemática lápis e papel são frequentemente
usados, mas uma avaliação precisa realizar mais. Destina-se a revelar como
uma pessoa compreende e usa números e conceitos matemáticos para solucionar de
nível avançado, assim como todos os dias, problemas. A avaliação compara os
níveis esperados e reais de uma pessoa de habilidade e compreensão enquanto
observando pontos fortes e fracos específicos da pessoa. Abaixo estão
algumas das áreas que poderão ser abordados
- Habilidade com as habilidades básicas, como contagem de matemática, somar, subtrair, multiplicar e dividir
- Capacidade de prever procedimentos adequados com base na compreensão dos padrões de saber quando adicionar, subtrair, multiplicar, dividir ou fazer cálculos mais avançados
- Capacidade de organizar os objetos de uma forma lógica
- Capacidade de medir de contar o tempo, usando o dinheiro
- Capacidade de estimar quantidades numéricas
- Capacidade de auto-check trabalho e encontrar formas alternativas de resolver problemas.
Requisitos necessários para o aprendizado de matemática e as Dificuldades causadas pela discalculia
Novaes
(2007), ainda comenta que existem requisitos para o êxito aritmético. Conforme
a faixa etária, a criança deve alcançar as seguintes capacidades:
3 a 6 anos
• Ter
compreensão dos conceitos de igual e
diferente, curto e longo, grande e
pequeno, menos que e mais que;
• Classificar
objetos pelo tamanho, cor e forma;
• Reconhecer
números de 0 a 9 e contar até 10;
• Nomear
formas; e
• Reproduzir
formas e figuras.
Dificuldades
• Problemas
em nomear quantidades matemáticas, números, termos e símbolos; e
• Insucesso
ao enumerar, comparar, manipular objetos reais ou em imagens
6 a 12 anos
• Agrupar
objetos de 10 em 10;
• Ler e
escrever de 0 a 99;
• Nomear o
valor do dinheiro;
• Dizer a
hora;
• Realizar
operações matemáticas como soma e subtração;
• Começar a
usar mapas; e
• Compreender
metades, quartas partes e números ordinais,.
Dificuldades
• Leitura e
escrita incorreta dos símbolos matemáticos.
12 a 16 anos
• Capacidade
para usar números na vida cotidiana;
• Uso de
calculadoras;
• Leitura de
quadros, gráficos e mapas
•
Entendimento do conceito de probabilidade; e
•
Desenvolvimento de problemas.
Dificuldades
• Falta de
compreensão dos conceitos matemáticos; e
• Dificuldade na
execução mental e concreta de cálculos numérico
Subtipos da Discalculia
Segundo Garcia (1998, p. 213) a
discalculia é classificada em seis subtipos,
podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos de aprendizagem:
- Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
- Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matemáticas.
- Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
- Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
- Discalculia Ideognóstica - Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
- Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos. 7
A Discalculia pode ser curada?
Certamente, na pré-escola, já é
possível notar algum sinal do distúrbio, quando a criança apresenta dificuldade em responder às
relações matemáticas propostas - como igual
e diferente, pequeno e grande. Mas ainda é cedo para um diagnóstico
preciso. É só a partir dos 7 ou 8 anos,
com a introdução dos símbolos específicos da matemática e das operações básicas, que os sintomas se tornam
mais visíveis.
É importante chegar a um diagnóstico o
mais rápido possível para iniciar as intervenções
adequadas. O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar - Neurologista, Psicopedagogo, Fonoaudiólogo,
Psicólogo, T.O - para um encaminhamento correto. Não devemos ignorar que a
participação da família e da escola é fundamental no reconhecimento dos sinais
de dificuldades.
Porém, devemos ter muita cautela quanto
ao diagnóstico da discalculia. Apesar de o professor dizer que não faz um
diagnóstico da criança, ele estabelece que as dificuldades de aprendizagem são
possíveis transtornos específicos de aprendizagem, tendo como causas a
imaturidade, problemas psicológicos e sociais, justificado assim o por quê da
criança não aprender.
Antes de diagnosticar a discalculia,
devem ser eliminadas outras causas de dificuldades, como o ensino inadequado ou
incorreto; os problemas com visão; audição ou os danos ou doenças neurológicas
e doenças psiquiátricas.
Como
é Discalculia tratada?
Ajudar
o aluno a identificar suas / seus pontos fortes e fracos é o primeiro passo
para a obtenção de ajuda. Após a identificação, os pais, professores e
outros educadores podem trabalhar juntos para estabelecer estratégias que
ajudarão o aluno a aprender matemática de forma mais eficaz. Ajuda de fora
da sala de aula permite que o aluno e tutor foco especificamente sobre as
dificuldades que o aluno está tendo, retirando a pressão de se mudar para novos
tópicos muito rapidamente. Reforço repetido e prática específica de ideias
simples podem tornar mais fácil a compreensão. Outras estratégias para
dentro e fora da sala de aula incluem:
- Use papel milimetrado para os alunos que têm dificuldade para organizar as ideias no papel.
- Trabalhar em encontrar diferentes maneiras de abordar fatos de matemática, ou seja, em vez de apenas memorizar a tabuada, explique que 8 x 2 = 16, então, se 16 é o dobro, 8 x 4 deve ser = 32.
- Praticar como estimar como uma forma de começar a resolver problemas de matemática.
- Introduzir novas habilidades a partir de exemplos concretos e mais tarde se movendo para aplicações mais abstratos.
- Com as dificuldades de linguagem, explicar ideias e problemas de forma clara e incentivar os alunos a fazer perguntas como eles funcionam.
- Fornecer um lugar para trabalhar com poucas distrações e ter lápis, borrachas e outras ferramentas na mão, se necessário.
- Ajude os alunos a tomar consciência dos seus pontos fortes e fracos. Entender como uma pessoa aprende melhor é um grande passo para alcançar o sucesso e a confiança acadêmica.
- Use dispositivos mneumonico para aprender passos de um conceito matemático
- Use ritmo e música para ensinar tabuada e definir medidas para uma batida
ROTTA, Newra T. et al. Transtornos de Aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
FERREIRA, Jaime Jacinto. DISCALCULIA: UMA LIMITAÇÃO NA APRENDIZAGEM. União da Vitória, Paraná. Disponível em: http://www.ensino.eb.br/portaledu/conteudo/artigo9359.pdf