Nos anos iniciais do ensino
fundamental, os problemas de combinação de números e os problemas formulados
com palavras são conceitos-chave para o estabelecimento de uma base sólida. Combinações de números são
os problemas de adição e subtração com um dígito (por exemplo, 3+2=5). À medida
que o aprendiz se torna proficiente em estratégias de contagem, esses pares e
associações deslocam-se para a memória de longo prazo. Os problemas formulados
com palavras são questões apresentadas linguisticamente que requerem a
decifração de informações e a adição ou subtração de numerais com um ou dois
dígitos.
Há duas abordagens de intervenção para
promover as habilidades de combinação de números: a instrução conceitual, em
que o professor estrutura experiências para favorecer conhecimentos
interconectados sobre quantidades e orienta os alunos na direção de compreensões corretas; e o
exercício e a prática, pelos quais o pareamento
de tipos de problemas com respostas corretas servem para criar representações na memória de longo prazo. As
pesquisas mais recentes relatam que a combinação dessas duas abordagens resulta
em desenlaces melhores.
Para melhorar as habilidades com
relação a problemas linguísticos, existem mais duas abordagens: a instrução
metacognitiva, na qual os professores ajudam os alunos a aplicar estratégias de organização e
planejamento, e a instrução baseada em
esquemas, na qual os alunos inicialmente dominam regras para a solução de tipos de problemas, e depois desenvolvem
esquemas para agrupar problemas em tipos
que pedem estratégias de resolução semelhantes.
Ainda há muito por fazer em termos de
pesquisa básica, avaliação e remediação de incapacidades matemáticas. É preciso
desenvolver um teste diagnóstico padronizado para obter informações mais
precisas sobre aspectos, tais como o conhecimento de procedimentos de contagem
e de resolução de problemas matemáticos em crianças nos anos iniciais do ensino
fundamental que apresentam discalculia. Também são necessárias medidas para a
identificação de crianças da educação infantil em risco.
São igualmente necessárias pesquisas
sobre habilidades básicas de contagem e aritmética em crianças da educação
infantil e suas relações com risco posterior de discalculia, sobre a genética
da discalculia e os sistemas neurológicos que podem estar envolvidos, e a
ocorrência concomitante de problemas de leitura e de matemática.
Finalmente, precisam ser abordadas a
ansiedade e a aversão à matemática que tendem a resultar de déficits
cognitivos. Se não se der atenção à frustração e à ansiedade, existe o risco de
problemas exacerbados e no longo prazo em relação à matemática.