segunda-feira, 4 de julho de 2011

Terapia Ocupacional no Acidente Vascular Encefálico

O tratamento deve ser iniciado precocemente, pois o período de maior recuperação funcional compreende os 6 primeiros meses, no qual todas as oportunidades de retornar a uma vida normal e a estimulação a desenvolver o grau máximo de independência funcional no cotidiano, seja com auxílios de recursos como dispositivos para marcha (bengala) ou adaptações de suas atividades e utensílios pessoais (talhares, roupas, mobília, etc) são oferecidas.

Como o AVE atinge o Sistema Nervoso Central (SNC), a Terapia Ocupacional irá tratar as alterações cognitivas, motoras e sensoriais decorrentes do AVE, pois qualquer alteração no SNC leva o paciente a ter prejuízos no seu desempenho, como atenção, compreensão, memória e coordenação motora. 

O paciente acometido tem grandes perdas motoras e sensitivas de membros superiores. Esses desempenham um papel importante na manutenção do equilíbrio, proteção do corpo, função de defesa e agressão, de comunicação, além das funções sensoriais e motoras. A mão possui duas funções essenciais; a de pinça e a de preensão. É através das mãos que podemos agir sobre os objetos dispostos no mundo exterior e satisfazer algumas de nossas necessidades básicas. Quando lesados geram conseqüências grandiosas e destrutivas para o paciente. Esta pessoa tem o impedimento de manter contato com o mundo, de sentir, tocar, explorar as coisas a sua volta. A família e os amigos do indivíduo acometido devem lhe dar apoio e motivação, pois estes também vão determinar o grau de recuperação do paciente.

A Terapia Ocupacional é responsável por tornar o paciente mais autônomo e independente possível, promover e estimular o cuidado pessoal através do treinamento das atividades de vida diária, das atividades de vida prática, na realização de modificação de ambientes, oferecimento de tecnologias assistivas e órteses, tais como adaptações de borracha ou espuma que aumentam a circunferência dos objetos que permitem melhorar a preensão, com menos sobrecarga dos músculos responsáveis pela oposição da pinça. 

Para o paciente, ser independente constitui o primeiro passo vital para ser capaz de retornar ao estilo de vida precedente. Independência significa não ser mais um inválido, dependente de outros para todas as atividades da vida cotidiana. Ser independente habilita o paciente a escolher onde, quando e com quem ele gostaria de estar, em qualquer momento dado, e até mesmo, a escolha de ficar só. O retorno à independência proporciona ao paciente maior liberdade e autonomia. Proporciona melhoras na sua auto-estima, o retorno do seu papel social e familiar, o seu exercício como cidadão.

Os objetivos da terapia ocupacional compreendem:
  • Retorno da função física no hemicorpo afetado: estimular controle postural e a sensibilidade tátil, prevenção de deformidades e a instalação de rigidez articular;
  • Estimulação da destreza e habilidade do hemicorpo são;
  • Melhorar as capacidades funcionais nas atividades diárias: treino e uso de adaptações pessoais e órteses (aparelhos confeccionados sob medida para o posicionamento correto do membro) ajudando a preservar as funções e movimentos;
  • Estimular as funções cognitivas afetadas (memória, atenção, aprendizado, orientação tempo-espaço) e da comunicação diante de uma possível afasia;
  • Controle das alterações psico-emocionais (depressão, sentimento de inutilidade);
  • Organização e adaptação do ambiente domiciliar: prevenção de traumas e quedas;
  • Orientação aos familiares e cuidadores.

As dificuldades são reais e potencialmente limitadoras, que comprometem não apenas o indivíduo, mas a família e as relações pessoais e de cuidados. Dessa forma, a proposta da reabilitação pela terapia ocupacional foca o retorno funcional e a promoção do desempenho ocupacional nas atividades da vida diária, trabalho e lazer, segundo as possibilidades
individuais e recursos disponíveis evitando a perda da autonomia e independência, mas principalmente o retorno gradual à vida pessoal e ativa em uma atmosfera harmoniosa de bem-estar e conforto.


FONTE:
CAVALCANTI, Alessandra; GALVAO, Cláudia. Terapia Ocupacional: Fundamentação e Prática. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2007.
http://www.utp.br/revista-ic-online/vol2_n1/pdf_2008-2009/res6_a%20importancia%20da.pdf
http://asvpjacutinga.org.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=37

DICAS DE MATERIAL: 


Um comentário:

  1. Brilhante postagem Larissa Cardoso(TO)...
    Voce como sempre iluminando os nossos pensamentos com materias interessantes!!!

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