A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é considerada a doença de características mais devastadoras entre todas. Seu diagnóstico é carregado de fatalismo e seu estudo tem sido objeto de trabalho de um grande número de pesquisadores em todo mundo.
Mas, o que significa ELA?
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ELA é a abreviatura de Esclerose Lateral Amiotrófica, uma doença cujo significado vem contido no próprio nome:
Esclerose significa endurecimento e cicatrização.
Lateral refere-se ao endurecimento da porção lateral da medula espinhal.
E amiotrófica é a fraqueza que resulta na atrofia do músculo. Ou seja, o volume real do tecido muscular diminui.
Dessa forma, Esclerose Lateral Amiotrófica significa fraqueza muscular secundária por comprometimento dos neurônios motores.
Epidemiologia
A doença se inicia geralmente entre os 40 e 65 anos e afeta, aproximadamente, três vezes mais homens do que mulheres, sendo rara entre as crianças e os adolescentes.
Sua incidência é de quatro casos por 100.000 habitantes, porém existem alguns povos no pacífico em que a prevalência é cem vezes maior por questões hereditárias, como o exemplo do povo Gomoro na Ilha de Guam.
Etiologia e Patogênese
Embora a maioria dos casos da doença seja esporádica, uma pequena parcela deles (5-10%) tem cunho genético familiar. Cerca de um quinto desses casos familiares se deve a uma das cerca de 70 mutações encontradas até o momento, no gene SOD1, que codifica a enzima superóxido dismutase.
A enzima em sua atividade normal controla os danos oxidativos neuronais, e quando de sua falência, ocorrem em cadeia eventos que começam com o estresse oxidativo até o mecanismo apoptótico (morte celular).
Já foram propostas muitas hipóteses quanto à patogênese da ELA, mas até o momento nenhuma delas foi convincentemente substanciada.
Sinais Clínicos
Em geral, também se queixam inicialmente de fraqueza, distal ou proximal. Os problemas podem permanecer unilaterais por muitos meses. Posteriormente, é notada também fraqueza em outros grupos musculares. Por vezes, os pacientes notam atrofia muscular, muitas vezes nos músculos intrínsecos da mão.
Além dos achados citados, espasticidade, hiperreflexia e sinais do trato piramidal devem estar presentes para satisfazer os critérios diagnósticos para Esclerose Lateral Amiotrófica (em oposição a ELP). A presença de reflexos relativamente rápidos em músculos os claramente paréticos é suficiente para levantar a suspeita de ELA.
Os sinais bulbares são fala pastosa, disfagia e paresia facial flácida. Em geral, não aparecem senão mais tardiamente na evolução da doença, embora sejam pronunciados desde o início em aproximadamente um quarto dos casos. A língua se move se move menos que o normal, mostrando-se atrofiada e apresenta fasciculações, sendo difícil executar movimentos rápidos ou de grande amplitude dos lábios (paralisia bulbar). Os movimentos oculares não são afetados.
O envolvimento do trato corticobulbar acarreta intensificação dos reflexos musculares intrínsecos da face (reflexos de sucção, nasopalpebral e maxilar). Riso e choro involuntários também são características da paralisia bulbar (atenção para não ser confundido com a incontinência afetiva, sendo necessário para esta a presença de tristeza e alegria em alternância).
Diagnóstico
Eminentemente clínico. O líquor cefalorraquidiano não revela alteração. O teste mais importante é a eletromiografia, que revela fasciculações e potencias de fibrilação, um número reduzido de unidades motoras e potencias de unidade motora maiores que o normal. A ressonância nuclear magnética, por vezes, revela atrofia global da medula espinhal.
Tratamento
Ainda não há nenhum tratamento etiológico para a ELA. Mostrou-se que o riluzol aumenta em alguns meses a sobrevida se comparado ao placebo, sendo recomendada uma dose de 100mg por dia.
Um ensaio clínico com o uso de carbonato de lítio mostrou benefício para a sobrevida e melhora das funções motoras, mas alguns especialistas se mostram céticos sobre os resultados, pois o número de participantes foi pequeno, ressaltando-se que um estudo mais amplo está em andamento.
A dose de carbonato de lítio é de 150 mg, duas ou três vezes por dia, monitorado para níveis sanguíneos na faixa de 0,4 a 0,8 mEq/ L. O tratamento é sintomático, portanto o apoio emocional é de vital importância.
Uma vez feito o diagnóstico, uma equipe de profissionais da saúde (fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, etc) entram em cena para acompanhar a melhora da qualidade de vida do paciente, incluindo monitorização da ingestão de alimentos e líquidos, cuidados respiratórios, hidratação, controle de hipersalivação, constipação e micção, assim como maiores cuidados pessoais, tais como, apoio emocional, manutenção e controle da dor.
Prognóstico
A progressão inexorável leva a morte dentro de 05 anos em cerca de metade de todos os pacientes e 60% daqueles com paralisia bulbar morrem em um ano. Contudo, há casos com uma evolução mais protraída, com 6% dos pacientes ainda vivos após 10 anos do diagnóstico, sendo certo que por vezes são vistas remissões.
FONTE:
NEISTADT, M.E. e CREPEAU, E.B. Terapia ocupacional Willard e Spackman. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
Disponível em: http://www.medportal.com.br/neurologia/esclerose-lateral-amiotrofica/. Acesso: 09/03 de 2012
Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/dsra/protocolos/do_e16_01.pdf. Acesso: 09/03 de 2012
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