O conceito atual de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento surgiu no final da década de 60, devido especialmente dos trabalhos de M Rutter, I. Kolvin e D. Cohen. A mudança do título Journal Of Autism and Childhood Schizophreniapara Journal Of Autism and Development Disorders ao final dos anos 70, bem como a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) DSM-III, poderiam ser considerados marcos fundamentais desse conceito.
O termo psicose infantil foi introduzido no começo do século XX quando Heller descreveu uma apresentação clínica que se conhece atualmente como a Síndrome de Heller ou Transtorno Desintegrativo da Infância. Porém, a categoria como um todo somente ganhou relevância nos anos 50, com a descrição do Autismo por Leo Kanner. Até a CID-9, o Autismo e a psicose desintegrativa eram classificados como psicoses infantis. A nosografia baseada na fenomenologia descritiva começou a ser aplicada a partir do DSM-III e CID-10.
Os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento não são uma doença única, mas sim um distúrbio de desenvolvimento complexo. As manifestações comportamentais que o definem incluem déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados e um repertório restrito de interesses e atividades.
Eles são caracterizados por prejuízos qualitativos graves e abrangentes do desenvolvimento. Estes comprometimentos manifestam-se em três áreas do desenvolvimento: a) interação social recíproca; b) comunicação; c) presença ou repertório de comportamentos e interesses restritos, repetitivos e estereotipados. Na maioria dos casos, a manifestação dos sintomas ocorre nos primeiros 3 anos de vida da criança, ocasionando um desvio em relação ao nível de desenvolvimento esperado para sua idade, podendo estar associado com algum grau de retardo mental. A etiologia não está estabelecida, sendo descrita associações com alterações genéticas, acidentes pré ou perinatais, infecções, além dos casos ligados a outras síndromes neurológicas (CID-10, 1993; DSM-IV, 1995).
Fazem parte dos TIDs: I) Autismo, II) Síndrome de Asperger e III)Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Sem Outra Especificação, IV) Síndrome de Rett e V) Transtorno Desintegrativo da Infância (APA, 1995). Atualmente a Síndrome de Rett e o Transtorno Desintegrativo da Infância deixaram de ser considerados um TID por terem etiologia e curso muito diferente dos demais (CHARMAN, 2002).
Os TIDs apresentam inicio precoce e curso crônico. A proporção È maior entre meninos do que entre meninas, em torno de 4,2:1, variando de acordo com o funcionamento intelectual. As diferenças são mais evidentes quando o autismo não está associado com retardo mental, sendo uma proporção maior quando não se tem retardo mental (9:1) e menor (2:1) quando se tem retardo mental profundo (FOMBONNE, 2000, 2001, 2002; KLIN, 2006).
Com base no Manual de diagnóstico e estatística de transtornos mentais (DSM.IV), elaboramos a seguinte síntese:
FONTE:
Disponível em: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Mestrado/Disturbios_do_Desenvolvimento/Publicacoes/volume_VI/01-2006.pdf
Coleção: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Transtornos Globais do Desenvolvimento
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