AUTISMO E TERAPIA OCUPACIONAL
O
tema autismo tem tido grande repercussão devido à veiculação na novela “Amor à
Vida“, em programas, como “Fantástico”, em filmes e, principalmente, pelo
número crescente de crianças diagnosticadas com esse transtorno. Mesmo com
todas as informações divulgadas, ainda há grande dificuldade para ser
diagnosticado e tratado. Como as crianças e adultos autistas apresentam a
mesma aparência de outras pessoas, devido à natureza invisível de sua
deficiência, pode ser muito mais difícil criar consciência e compreensão acerca
de seus comportamentos.
Podemos dizer que o autismo é um transtorno de
amplo espectro, com características que se apresentam desde o início da vida em
três grandes áreas: INTERAÇÃO
SOCIAL (a criança não responde a seu nome ou chamados diversos, tem pouco
contato visual, prefere brincar sozinha); LINGUAGEM
(quando
mais nova, pode perder capacidade antes adquirida de dizer palavras ou frases,
possui
atraso de fala ou nem chegar a falar, usa um tom anormal ou rítmico - pode usar
uma voz cantante ou robótica, pode repetir palavras ou expressões literais, mas
não entende como usá-las); e COMPORTAMENTO
(pode desenvolver movimentos repetitivos, tais como balançar, agitar as
mãos; mover-se constantemente, ser fascinado por detalhes de um objeto, como as
rodinhas de um carrinho de brinquedo, ter preferências alimentares estranhas,
como comer apenas alguns alimentos ou itens de desejo que não são alimentos).
Outras características bastantes comuns são: sensibilidade sensorial (em um ou mais dos cinco sentidos - visão,
audição, olfato, tato e paladar-muito/pouco intensificados), interesses específicos por algo, rotinas ou rituais específicos e perturbação com a
menor alteração,
dificuldades de aprendizagens e de imaginação social, etc.
Essas características variam, assim como a gravidade delas.
É importante destacar
que não há uma criança autista igual à outra, pois o autismo possui diferentes
graus de gravidade e variedade de manifestações. Por isso, utiliza-se o termo
Transtorno do Espectro Autista para descrever toda a gama. Embora, no momento,
não haja cura para o autismo, um programa de tratamento precoce, intensivo e
apropriado proporciona uma melhora expressiva na perspectiva desses indivíduos.
O recomendado é que uma equipe multidisciplinar avalie e realize um
programa de intervenção voltado para as necessidades específicas de cada um deles. Dentre alguns
profissionais que podem ser necessários, podemos citar: Psiquiatras, Terapeutas
Ocupacionais (de preferência com a abordagem de Integração Sensorial), Fonoaudiólogos,
Psicólogos, Fisioterapeutas – quando necessário, Equoterapeutas, etc.
O enfoque em especial
será dado a Terapia Ocupacional, que é uma profissão da área da saúde, que
ajuda o indivíduo a se desenvolver, recuperar e construir habilidades
importantes para sua independência, por meio de atividades significativas para
ele. Assim, para a criança, será por meio do brincar; para os adultos, será por
atividades do seu cotidiano (por exemplo: um indivíduo que perdeu a capacidade
de se alimentar sozinho, a reabilitação será no sentido dele voltar arealizar
essa ação). Desse modo, podemos trabalhar de forma preventiva, reabilitadora e
promotora de saúde com tudo que dificulte ou incapacite o indivíduo em todas as
fases de sua vida. Intervimos deste modo, em déficits físicos, neurológicos,
ocupacionais, sociais; com dificuldades de aprendizagem, atrasos no
desenvolvimento, transtornos emocionais, etc.
No indivíduo com
autismo, a terapêutica terá como objetivo a melhora de sua qualidade de vida.
Para isso, ela procurará ampliar as habilidades de brincar, aprender e também
as de vida diária (saber se vestir, se alimentar, tomar banho) e prática
(preparar um alimento, fazer compras) para que ele consiga
ser funcional e independente dentro das suas capacidades, e possa participar de
forma mais ativa no meio em que vive.
Apesar existirem diversas abordagens
terapêuticas ocupacionais que proporcionam significativos ganhos, a mais
preconizada atualmente é o da Integração Sensorial, embora nem todos respondam
a ela.
Sabemos que a maioria
das pessoas aprende de forma natural a interpretar corretamente a informação
recebida do mundo ao seu redor, mas algumas pessoas não o fazem. Os autistas, frequentemente,
apresentam disfunção de integração sensorial, o que torna difícil para eles
processar e filtrar as informações vindas dos sentidos; significa assim, que
sons, cheiros, gostos e toques do dia a dia, que são normais para você, são
extremamente dolorosos para as pessoas com o transtorno. O objetivo dessa
terapia é facilitar o desenvolvimento da capacidade do sistema nervoso para
processar informações sensoriais de uma forma mais típica, equilibrando a
entrada desses sentidos, como também desenvolver estratégias para lidar com
situações que são inevitáveis e que podem causar desconforto e confusão. Quando
bem sucedida, pode melhorar o controle da atenção, concentração, audição,
compreensão, equilíbrio, coordenação, impulsividade, entre outros, nos
indivíduos com esse transtorno.
Larissa Cardoso
Terapeuta
Ocupacional│CREFITO/4: 14.060
Rua:
Maria Junqueira, 245, Sl. 411, Lundceia – Lagoa Santa
31
3681 27-52 │31 8602 - 7161
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