quarta-feira, 22 de agosto de 2012

TRANTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO

O conceito atual de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento surgiu no final da década de 60, devido especialmente dos trabalhos de M Rutter, I. Kolvin e D. Cohen. A mudança do título Journal Of Autism and Childhood Schizophreniapara Journal Of Autism and Development Disorders ao final dos anos 70, bem como a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) DSM-III, poderiam ser considerados marcos fundamentais desse conceito.

O termo psicose infantil foi introduzido no começo do século XX quando Heller descreveu uma apresentação clínica que se conhece atualmente como a Síndrome de Heller ou Transtorno Desintegrativo da Infância. Porém, a categoria como um todo somente ganhou relevância nos anos 50, com a descrição do Autismo por Leo Kanner. Até a CID-9, o Autismo e a psicose desintegrativa eram classificados como psicoses infantis. A nosografia baseada na fenomenologia descritiva começou a ser aplicada a partir do DSM-III e CID-10.

Os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento não são uma doença única, mas sim um distúrbio de desenvolvimento complexo. As manifestações comportamentais que o definem incluem déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados e um repertório restrito de interesses e atividades.

Eles são caracterizados por prejuízos qualitativos graves e abrangentes do desenvolvimento. Estes comprometimentos manifestam-se em três áreas do desenvolvimento: a) interação social recíproca; b) comunicação; c) presença ou repertório de comportamentos e interesses restritos, repetitivos e estereotipados. Na maioria dos casos, a manifestação dos sintomas ocorre nos primeiros 3 anos de vida da criança, ocasionando um desvio em relação ao nível de desenvolvimento esperado para sua idade, podendo estar associado com algum grau de retardo mental. A etiologia não está estabelecida, sendo descrita associações com alterações genéticas, acidentes pré ou perinatais, infecções, além dos casos ligados a outras síndromes neurológicas (CID-10, 1993; DSM-IV, 1995).

Fazem parte dos TIDs: I) Autismo, II) Síndrome de Asperger e III)Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Sem Outra Especificação, IV) Síndrome de Rett e V) Transtorno Desintegrativo da Infância (APA, 1995). Atualmente a Síndrome de Rett e o Transtorno Desintegrativo da Infância deixaram de ser considerados um TID por terem etiologia e curso muito diferente dos demais (CHARMAN, 2002).

Os TIDs apresentam inicio precoce e curso crônico. A proporção È maior entre meninos do que entre meninas, em torno de 4,2:1, variando de acordo com o funcionamento intelectual. As diferenças são mais evidentes quando o autismo não está  associado com retardo mental, sendo uma proporção maior quando não se tem retardo mental (9:1) e menor (2:1) quando se tem retardo mental profundo (FOMBONNE, 2000, 2001, 2002; KLIN, 2006).

Com base no Manual de diagnóstico e estatística de transtornos mentais (DSM.IV), elaboramos a seguinte síntese:


Falaremos de cada transtorno com mais detalhes, posteriormente.
FONTE: 
Coleção: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Transtornos Globais do Desenvolvimento

AVALIAÇÃO FUNCIONAL

Tentativa sistematizada de medir, de forma objetiva, os níveis nos quais uma pessoa é capaz de desempenhar determinadas atividades ou funções em diferentes áreas, utilizando-se de habilidades diversas, para o desempenho das tarefas de vida quotidiana, para a realização de interações sociais, nas suas atividades de lazer e noutros comportamentos do seu quotidiano (Devons, 2002; Duarte et al., 2007) .

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quarta-feira, 13 de junho de 2012

MÉTODOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO NAS ÁREAS DE DESEMPENHO OCUPACIONAL

A Terapia Ocupacional tem como alvo a disfunção ocupacional. E essa é traduzida no cotidiano do indivíduo como uma dificuldade para a realização de alguma atividade que lhe seja rotineira, independentemente de se a causa para tal dificuldade é de ordem física, social, cognitiva ou outra. Portanto, um dos aspectos cruciais no processo terapêutico ocupacional é a atividade de vida diária, assim como as atividades instrumentais de vida diária, de educação, trabalho, o brincar, o lazer e a participação social.
As atividades de vida diária são descritas como tarefas de automanutenção, ou seja, cuidados do indivíduo para com o seu próprio corpo, e elas incluem: higiene pessoal e autocuidado, banho, alimentação, comer, vestuário, socialização, controle de esfíncteres, mobilidade funcional, cuidado com equipamentos pessoais, atividade sexual, uso do vaso sanitário, e dormir.


Já as atividades instrumentais de vida diária, são orientadas para interação com o ambiente e são frequentemente complexas, geralmente opcionais por natureza. Tais atividades incluem: cuidado com o outro, com animais de estimação e doméstico, criar e cuidar dos filhos; uso de equipamentos para comunicação, gerenciamento financeiro, cuidados e manutenção da saúde, estabelecimento e gerenciamento do lar, preparação de refeições e limpeza, procedimentos de segurança e emergência, fazer compras.

A habilidade ou inabilidade de desempenhar as AVD pode ser usada como uma medida prática de mensurar incapacidade. A necessidade de ajuda de outro para a realização de necessidades básicas de autocuidado é um fator crucial no planejamento e intervenções em saúde. Os métodos de avaliação funcional descrevem de forma ordenada as habilidades e atividades típicas do cotidiano de um indivíduo, documentando o uso individual de uma variedade de habilidades incluídas no desempenho de tarefas necessárias na vida diária, nos compromissos vocacionais, nas interações sociais, nas atividades de lazer e outros comportamentos requeridos.

Uso de instrumento de avaliação
A seleção de instrumentos de avaliação do desempenho das AVD’s e AIVD’s deve ser realizada baseada nos seguintes critérios: perfil da clientela, objetivos da intervenção a ser ofertada, filosofia da instituição prestadora, informações já disponíveis da clientela e modelos de assistência.

A seguir, alguns exemplos de instrumentos de avaliação que documentam o desempenho funcional de um indivíduo nas AVD’s e AIVD’s.

FONTE:
CAVALCANTI, A. & GALVÃO, C. Terapia ocupacional, fundamentação & prática. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2007.
NEISTADT, M.E. (Org.); ARAÚJO, C.L.C.(Trad.) et al. Willard & Spackman - Terapia Ocupacional. Traduzido do original: Willard & Spackman's Occupational Therapy. 9ª. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

Reabilitação da Terapia Ocupacional nas Disfunções Neurológicas

Os terapeutas ocupacionais que atuam com clientes com disfunções neurológicas devem conhecer a interação entre neuroanatomia e a neuropatologia no impacto do desempenho ocupacional, assim como os princípios da neurorreabilitação que fundamentam sua prática.

Nas lesões do sistema nervoso central, a recuperação da função neurológica é consequente à habilidade do cérebro na solicitação de áreas não acometidas para a realização da função anteriormente executada pela área afetada ou habilidade para a formação de conexões novas a partir da criação de ramificação axônica com neurônios íntegros. Nas lesões do sistema nervoso periférico, a recuperação da função está relacionada à capacidade de regeneração dos nervos periféricos.

A compreensão da etiologia, prognóstico, fases de evolução e recuperação da disfunção neurológica e das estratégias terapêuticas ocupacionais proporciona os fundamentos necessários para realização da avaliação e elaboração, em conjunto com o cliente e a família, de um plano de tratamento com objetivos realistas a curto e a longo prazos.

A avaliação é iniciada com a realização de uma entrevista na qual serão enfatizadas as expectativas do cliente com relação ao tratamento e coletado um breve histórico da evolução dos sintomas. A avaliação, sempre que possível, deve enfocar a observação da perfomance nas atividades cotidianas relevantes para o cliente, objetivando a identificação de componentes que provavelmente estão interferindo no desempenho.

Essas hipóteses são confirmadas com a utilização de protocolos específicos. Porém em algumas situações, como clientes com o nível de alerta reduzido, a avaliação não poderá ser iniciada com a análise das áreas desempenho. Nesses casos, a avaliação é direcionada para mensuração dos componentes (força, adm, sensibilidade, tônus, reflexos, cognição, etc) que podem interferir posteriormente na execução das atividades.  Os dados obtidos na avaliação permitem a elaboração dos objetivos do tratamento terapêutico ocupacional, que estão focalizados na maximização do desempenho ocupacional a partir da realização de atividades com complexidade graduada, voltadas às habilidades deficitárias em consonância com os princípios do método de reabilitação utilizado.

Ressalta-se a importância de realizar avaliação durante todo o processo da intervenção terapêutica devido às alterações do quadro clínico e/ou rápido curso de algumas patologias.


FONTE: CAVALCANTI, A. & GALVÃO, C. Terapia ocupacional, fundamentação & prática. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2007

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Síndrome de Guillain Barré

A SGB é uma doença imuno-mediada pós-infecciosa. Certamente mecanismos celulares e humorais, desempenham papel fundamental no seu desenvolvimento. Definida como uma neuropatia periférica progressiva autoimune, onde ocorre uma lesão da bainha de mielina que recobre os nervos periféricos e afeta os músculos do organismo humano. É habitualmente caracterizada por fraqueza ou paralisia que acomete mais de um membro; em geral, é simétrica e associada à perda dos reflexos tendinosos e aumento da concentração de proteína no líquido cefalorraquidiano. A grande maioria dos pacientes relata processo infeccioso algumas semanas antes do início da síndrome.

Ela se manifesta sob a forma de inflamação aguda desses nervos e, às vezes, das raízes nervosas. O processo inflamatório e desmielizante interfere na condução do estímulo nervoso até os músculos e, em parte dos casos, no sentido contrário, isto é, na condução dos estímulos sensoriais até o cérebro.

Em geral, a moléstia evolui rapidamente, atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar. Por isso, pode levar meses até o paciente ser considerado completamente curado. Em alguns casos, a doença pode tornar-se crônica ou recidivar.

EPIDEMIOLOGIA
Maior proporção sexo masculino, podendo ocorrer em todas as idades.
Primeiro pico no final da adolescência e início da idade adulta.
Segundo pico na terceira idade, que pode explicar-se pela falência dos mecanismos imunossupressores.
Afeta 1: 100 000 habitantes.
Adultos são mais afetados que crianças.

CAUSAS
Caráter autoimune.
O indivíduo produz auto-anticorpos contra sua própria mielina.
Não se conhece a causa específica da síndrome. No entanto, na maioria dos casos, duas ou três semanas antes, os portadores da síndrome manifestaram uma doença aguda provocada por vírus (citomegalovírus, Epstein Barr, da gripe e da hepatite, por exemplo) ou bactérias (especialmente Campylobacter jejuni ). A hipótese é que essa infecção aciona o sistema de defesa do organismo para produzir anticorpos contra os micro-organismos invasores. No entanto, a resposta imunológica é mais intensa do que seria necessário e, além do agente infeccioso, ataca também a bainha de mielina dos nervos periféricos.

QUADRO CLÍNICO
O quadro clínico é de fraqueza muscular, geralmente iniciada nas pernas e com evolução ascendente. Pode haver desde apenas fraqueza leve até paralisia total dos membros. Com a evolução da doença, a fraqueza pode atingir o tronco, braços, pescoço e afetar os músculos da face, da orofaringe, da respiração e da deglutição.
Em número menor de casos, o comprometimento dos nervos periféricos pode produzir sintomas relacionados com o sistema nervoso autônomo, como taquicardia, oscilações na pressão arterial, anormalidades na sudorese, no funcionamento dos intestinos e da bexiga, no controle dos esfíncteres e disfunção pulmonar.
Os sintomas regridem no sentido inverso ao que começaram, isto é, de cima para baixo

DIAGNÓSTICO
Difícil em sua fase mais precoce, pelo fato de outras patologias terem sintomas semelhantes.
1º Passo: colher uma história médica cuidadosa
Exames que auxiliarão no diagnóstico:
Punção espinhal.
Eletromiografia (Exame de condução nervosa)


Aspectos relevantes a serem considerados:
1. ASPECTOS NECESSÁRIOS PARA O DIAGNÓSTICO: Perda progressiva de força nos braços e nas pernas e Arreflexia
2. ASPECTOS QUE SUSTENTAM FORTEMENTE O DIAGNÓSTICO: Progressão dos sintomas em até 4 semanas, simetria relativa dos sintomas, alterações sensoriais moderadas, envolvimento de pares cranianos (principalmente o facial, recorrência dos sintomas dentro de 2-4 semanas, Disfunção autonômica, Ausência de febre no início, Proteinorraquia elevada com celularidade abaixo de 10/mm3, Achados eletrodiagnósticos típicos.
3. ASPECTOS DE DIAGNÓSTICO DUVIDOSO: Nível sensorial preservado, Marcada e persistente assimetria de sinais e sintomas, Disfunção intestinal ou vesical severa ou persistente, Líquor >50 células/mm


OS EXAMES INCLUEM:
a) Sangue
b) Imunologia
c) Exame do Líquor: a contagem de leucócitos pode estar discretamente elevada em 12% dos pacientes.
d) Estudos Neurofisiológicos
Dentro das primeiras 2 semanas: 69% de desmielinização, 3% de acometimento axonal, 3% de inexcitabilidade nervosa e 22% de resultados inconclusivos.
Cerca de 3% dos pacientes podem apresentar neurofisiologia sem alterações.
Os testes de condução nervosa são importantes para o prognóstico: uma baixa amplitude no potencial evocado motor distal, indica uma provável evolução ruim para o paciente. Uma eletrofisiologia detectando desnervação também indica um mau prognóstico.
e) Outros exames complementares: pode ser necessário também à solicitação de ECG, EAS, cultura de fezes, Rx de tórax, etc.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Desordem do SNC: sedativos, hipóxia, AVE, lesões cerebrais, alterações metabólicas, lesões espinhais, poliomielite e doença do neurônio motor.
Distúrbio da Função Neuromuscular: botulismo, polineurite, hipofosfatemia, hipocaliemia, Síndrome de Eaton-Lambert, miastenia gravis, miopatia aguda, etc.
Outras causas de Neuropatia Periférica aguda: drogas, toxinas (álcool, metais, organofosforados), linfoma, vasculites, difteria porfíria, etc.

TRATAMENTO
O tratamento necessita de uma abordagem multiprofissional(Terapeuta Ocupacional, Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, etc) de modo a maximizar a função e reduzir os sintomas , além do tratamento medicamentoso que conta com os recursos da: plasmaférese (técnica que permite filtrar o plasma do sangue do paciente) e da administração intravenosa de imunoglobulina para impedir a ação deletéria dos anticorpos agressores. Medicamentos imunosupressores podem ser úteis, nos quadros crônicos da doença.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-de-guillain-barre/
http://www.sarah.br/paginas/doencas/po/p_14_Sindrome_Guillain.htm
http://www.cearafisio.com/index.php?option=com_content&view=article&id=128%3Asindrome-de-guillain-barre&catid=9%3Apatologias&Itemid=20&limitstart=5
http://www.amrigs.com.br/revista/51-01/rc03.pdf

domingo, 22 de abril de 2012

Intervenção da Terapia Ocupacional na Doença de Parkinson

Ao depararmos com uma doença, temos que ter consciência que os avanços tecnológicos e a qualificação profissional garantem uma qualidade de vida para o paciente e maiores facilidades para quem cuida. Descrevemos abaixo algumas sugestões que poderá ajudá-lo.

ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA:

HIGIENE
- Utilizar banquinho no boxe do banheiro; antiderrapantes no piso do banheiro e do chuveiro;
- Instalação de barras de segurança;                                                        
- Fixar o sabonete em cordão ou trocá-lo por sabonete líquido;
- Adaptar escova de dente, aparelho de barbear e escova de cabelo (engrossar o cabo);
- Utilizar esponja com cabo longo;                            
- Trocar desodorantes "spray" por desodorantes "roll-on";
- Elevar o assento do vaso sanitário e fixar barras de apoio para auxílio ao sentar e levantar.

VESTUÁRIO
    - Escolher roupas fáceis de vestir;
    - Trocar os fechos e botões das roupas por velcro;
    - Fixar anéis nos zíperes das roupas;
    - Usar sapatos que facilitem a colocação, com fechos de velcro ou cadarços elásticos e solas antiderrapantes.

ALIMENTAÇÃO
  - Utilizar prato com ventosa ou outro material antiderrapante na  parte de baixo para que não deslize;
- Engrossar os cabos dos talheres para facilitar à preensão;                                                                               
- Utilizar copos e/ou xícaras com canudos ou adaptadores para facilitar o uso.

ATIVIDADES DE VIDA PRÁTICA:
- Engrossar o cabo da caneta ou do lápis;
- Utilizar pás de cabos longos para limpeza da casa;
- Adequar a altura da cama para facilitar o deitar e o levantar sem que haja muito esforço;
- Procurar eliminar todos os desníveis e obstáculos, deixando livre a passagem evitando o risco de queda;
- Repousar no intervalo das atividades cotidianas para evitar a fadiga.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 

Doença de Parkinson: Tratamento Terapêutico Ocupacional


O objetivo da Terapia Ocupacional no tratamento de quaisquer doenças progressivamente incapacitantes é o de manter o maior nível de independência do paciente, lançando mão de técnicas apropriadas e equipamentos necessários para tal fim (GIMÉNEZ & BAÑÓN, 1999).

Assim, nos indivíduos portadores da Doença de Parkinson, o Terapeuta Ocupacional buscará minimizar as limitações decorrentes da progressão da doença e procurará contribuir para a melhora e a manutenção da qualidade de vida. 

Tendo em vista a promoção ou desenvolvimento da autonomia e da independência, o terapeuta ocupacional pode utilizar-se de dispositivos tecnológicos, sugerir mudanças ambientais e facilitar a execução de tarefas diversas tornando-as mais efetivas, seguras, econômicas, confortáveis e prazerosas. Esse profissional pode treinar a pessoa em habilidades, tais como força, percepção visual, coordenação, habilidades cognitivas, dentre outras bem como, nas atividades ocupacionais, para as quais apresenta dificuldades, integrando habilidades intactas e deficitárias (ALMEIDA, 2003).

É importante, que inicialmente seja realizada uma criteriosa avaliação do paciente para que se determine o real nível de comprometimento. Durante a realização da anamnese, devem-se enfocar a medicação em uso, a ocorrência de períodos "on" e "off", a presença de fadiga e as atividades possivelmente influenciadas pela sintomatologia. Pode-se elaborar um instrumento para ser preenchido pelo cliente durante o desempenho ocupacional que possibilite a mensuração objetiva da ocorrência da fadiga. Esse procedimento permite a organização da rotina diária e a comparação subsequente, considerando-se a natureza progressiva da patologia.

A Escala de avaliação unificada para a Doença de Parkinson é utilizada na pratica clinica e em pesquisas. Neste protocolo os principais sintomas são agrupados em cinco seções: Atividade Mental, Comportamento e Humor, Atividades da Vida Diária, Exploração Motora e Complicações do Tratamento, totalizando 42 itens. Instrumentos padronizados de avaliação dos componentes podem ser utilizados para mensuração da estabilidade postural, função cognitiva, intensidade da fadiga e da dor e destreza manual.

O tratamento terapêutico ocupacional deve enfatizar:

  • Reorganização da rotina para que as atividades relevantes sejam realizadas no período de remissão dos sintomas (“on”)
  • Socialização;
  • Exercícios da musculatura facial;
  • Atividades que utilizem o ritmo, a música, a dança para aumentar e estabilidade postural e facilitar a iniciação do movimento
  • Orientações para reduzir a ocorrência do tremor;
  • Utilização de técnicas de conservação de energia;
  • Incentivar o indivíduo a manter a realização de atividades da Vida Diária e Vida Prática;
  • Adaptação do ambiente;
  • Adaptação de atividades que requerem controle motor fino;
  • Instalação de equipamentos de segurança;
  • Alteração no mobiliário;
REFERENCIA BIBLIOGRÀFICA:
CAVALCANTI, Alessandra, GALVAO, Claudia. Terapia Ocupacional. Fundamentação e pratica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogon, 2007
http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S1415-91042009000100006&script=sci_arttext
http://terapiaocupacionalnobrasil.blogspot.com.br/2010/01/o-impacto-da-doenca-de-parkinson-na.html
http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/neuro/doenca_parkinson.htm