quarta-feira, 14 de março de 2012

Avaliação e Tratamento de Terapia Ocupacional na ELA

É primordial que o terapeuta tenha uma nítida compreensão da etiologia  da doença e do prognóstico para ajudar o cliente a estabelecer objetivos realistas e a desenvolver um plano de tratamento apropriado.


A avaliação deve começar com uma observação completa que o cliente é capaz de fazer, em termos de atividades funcionais, dentro do contexto dos ambientes de casa e de trabalho do cliente. O estágio inicial é caracterizado por confusão e descrença, não sendo por isso apropriada em um primeiro contato a realização de avaliações funcionais, que podem “reforçar” os déficits apresentados pelo cliente.  Essas avaliações podem ser realizadas posteriormente, quando já estiver estabelecido o vínculo terapêutico. È necessária a avaliação completa das AVD’s, AIVD’s e atividades de lazer e diversão para que o terapeuta obtenha uma nítida compreensão de quais atividades o cliente pode estar experimentando.
Instrumentos padronizados para avaliação dos principais sintomas e específicos para a mensuração da progressão da patologia. Como, por exemplo: Amyotrophic Lateral Sclerosis Functional Rating Scale (ALSFRS)

O terapeuta terá uma ideia generalizada da incapacidade, como a força muscular diminuída, mas precisará avaliar mais os comprometimentos específicos nos componentes neuromusculosesqueléticos e motor. Isto incluirá uma avaliação completa da amplitude de movimento, tônus muscular, força, resistência e integridade dos tecidos moles. O terapeuta também precisará avaliar as coordenações motoras grosseira e fina, controle motor e controle motor oral, especialmente no que se relaciona com a alimentação e a comunicação básica.

O tratamento deve focalizar a melhoria dos comprometimentos nos componentes do desempenho, através do uso de atividades funcionais, como a força crescente no membro superior, através da atividade de cuidado pessoal. À medida que a doença progride, o cliente pode beneficiar-se do equipamento de adaptação para manter a independência pelo maior período de tempo possível.
A educação do cliente e da família é essencial, desde o momento do diagnóstico, para ajudar o cliente e a família nas tomadas de decisão, especialmente sobre a qualidade de vida, como sondas de alimentação e uso de ventilação mecânica.

Como em qualquer doença degenerativa progressiva que é eventualmente fatal, os clientes podem experimentar depressão e sentimentos de perda de controle sobre suas vidas Muitos clientes também experimentam raiva, negação e apatia. Educar o cliente e a família e permitir que o cliente permaneça o mais independente possível, pelo maior prazo possível, ajudarão a reduzir os sentimentos de perda de controle. Também é essencial permitir que os clientes tomem as próprias decisões de término de vida com qualidade.

FONTE
NEISTADT, M.E. e CREPEAU, E.B. Terapia ocupacional Willard e Spackman. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2002
GALVÃO, Alessandra e CAVALCANTI, Cláudia. Terapia Ocupacional: Fundamentação e Prática, 2007. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro

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